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Série de explicações

Depois de meses e meses (suponho que 2012 já chegou, portanto o post deve ser breve para evitar o fim do mundo), retornei. Como dizem "o bom filho a casa torna", e acredito que a frase pode ser usada para ambos os gêneros. Antes de tudo e qualquer coisa: minha ausência é justificável. E que justificativa é essa? Simples, duas palavras.
E o que seria isto? Bem, Arena Fantástica é um blog formado por mim e outros quatro escritores cujo objeto é falar exatamente sobre nosso assunto favorito: literatura fantástica, com um destaque óbvio para a nacional. É lá agora que colocarei notícias sobre eventos, resenhas, e outras coisas do tipo. Aqui voltarei a postar contos, poesias, e algumas fotografias, quando achar que elas merecem. Tentarei criar uma rotina por aqui, assim como venho fazendo com o @arenafantastica.

Uma dica



O tal blog do qual falei anteriormente, no qual venho realizando posts com a frequência desejosa para este, esta fazendo uma promoção. Na realidade, um sorteio! Graças à simpática colaboração do autor Alfer Medeiros, um exemplar autografado do livro Fúria Lupina, a inauguração de sorteios de livros da Arena é de um tema que eu amo (lobisomens *-*). A promoção teria sua conclusão amanhã, às 00h00, mas pelo que conversei com a equipe, estenderemos até domingo, às 19h00.
Sigam o twitter do blog @arenafantástica para ficar de olho nas novidades do blog (o que inclui outros sorteios!).

Lista

"Pessoas que deveriam morrer de maneiras dolorosas".

É um costumo já velhinho meu o de expressar minha revolta com esta sentença. "Pessoa que inventou tal coisa deveria morrer de uma forma muito dolorosa". Muitos são os que concordam com minhas sentenças, e acho interessante compartilhá-la. Vez ou outra aparecerei com outros itens para adicionar.

  • O cara que inventou a etiqueta de camiseta deveria morrer de uma forma dolorosa.
  • O cara que inventou a legenda branca deveria morrer de uma forma dolorosa.
  • O cara que inventou o vestido tomara que caia deveria morrer de uma forma dolorosa.
Acho que este eu tenho que explicar. Para muitas pessoas, esta condenação não faz sentido, por os vestidos tomara-que-caia são bonitos, sexys, blá, blá, blá. Para mim, são horríveis! Não que fiquem feios, mas são o cúmulo do desconforto. Ficam querendo se ajeitar de uma maneira que destaque gordurinhas embaixo do braço (e até as magrinhas reclamam disso!), além de deixar meu pescoço e braço enormes.
  • O cara que inventou o vestibular devia morrer de uma forma dolorosa.
  • O cara que inventou a Stephenie Meyer devia morrer de uma forma dolorosa!
  • O cara que inventou a lista de livros fuvest/unicamp devia morrer de uma forma dolorosa.
  • O cara que mudou os vestibulares fuvest/unicamp devia morrer de uma forma dolorosa.
  • O cara que inventou o ENEM devia morrer de uma forma dolorosa.
  • O cara que inventou de tirar do currículo lógica devia morrer de uma forma dolorosa.
  • O cara que inventou aula de música na escola (na qual só tocamos flauta doce!) devia morrer de uma forma dolorosa.
  • O cara que escolheu as carteiras do Anglo J. Dias devia morrer de uma forma dolorosa.

E por hoje é só! Outro dia eu volto para matar mais pessoas!

-Nínive Leikis


Às vezes não consigo me decidir quando é mais corrido: a semana trabalhadora e horrorosa com seu horário extremamente precoce para o despertar, ou o final de semana com seus míseros e curtíssimos dois dias de duração. Ultimamente, ambos se equiparam, com a diferença de que, obviamente, o final de semana vence (e de longe) no quesito diversão. No último post eu narrei, feliz da vida, dois dos meus dias na bienal do livro, e fico triste, porque não tive a chance de narrar o terceiro (no qual consegui pegar o Dragões de Éter - Círculos de Chuva e tirei uma foto com o Raphael Draccon que, veja bem, não esta na minha posse, e sim da A.P.Ribeiro e sua câmera sem cabo usb, e também tive a chance de presenciar o lançamento do livro Esmera em São Paulo, de autoria da A.P.Ribeiro). E agora tenho mais um final de semana movimentado e proveitoso! (E outro se aproxima, confiram a Agenda do blog!)


Para quem lê a Agenda que eu deixo disponível aqui no blog não é novidade alguma que durante este final de semana dois eventos aconteceram: o workshop de criação literária com Raphael Draccon (Dragões de Éter) e Eduardo Spohr (A Batalha do Apocalipse) e o famoso Fantasticon, recheado de autores e escritores convivendo em harmonia. E eu estive nos dois, e acho que posso comentar um pouquinho.


27.08


@eduardospohr começando o workshop


Eduardo Spohr e Raphael Draccon foram os dois palestrantes no workshop “Criação Literária - Do Éter ao Apocalipse” (como o nome deixa bem claro para quem andar de olhos abertos para o que há de novo na literatura nacional). Além de instrutivo, o evento foi divertido, para não dizer engraçado. Enquanto davam dicas sérias de como se organizar para escrever seu livro, estruturar a história e sua própria rotina para viver com isso, os dois arrancavam gargalhadas do público físico de 200 pessoas (além do pessoal da internet, que passou de 800!). Um destaque especial para o momento “stand up comedy” do autor de Dragões de Éter! O carioca veio pra sampa e deixou bem claro para o público nerd que ele não é só um grande escritor, mas também um cara divertido e simpático (o que, na verdade, você repara só de olhar para o rosto dele...). Se quiser uma amostra da sessão “stand up de roteiro para nerds” a Viviani, do The Bookaholic Princess, gravou uma parte.



Depois da palestra houve uma sessão de autógrafos, e eu pude ganhar a assinatura do Draccon no meu novo Caçadores de Bruxas (agora publicado pela Leya) e meu Corações de Neve. Queria ter comprado o “A Batalha do Apocalipse” e já pego o autógrafo do Spohr, mas faltou dinheiro...




@ninive_leikis e @raphaeldraccon depois da palestra pegando autógrafos (e o @eduardospohr ao fundo).



28.08


O Fantasticon veio sem dever coisa alguma para o workshop do dia anterior, unindo escritores e leitores em um único ambiente, tendo a oportunidade de criar essa situação que é poucas vezes vistas, e amplamente apreciada. Figurinhas ilustres e cativantes apareceram por lá, e tive a chance de conhecer vários que venho esperando pela oportunidade já há algum tempo. Exemplos? José Roberto Vieira (Baronato de Shoah), Douglas MCT (Necrópolis), Liz Marins (ou Liz Vamp), André Vianco (Os Sete, e assim por diante), Raphael Draccon (Dragões de Éter), Eduardo Spohr (A Batalha do Apocalipse), Leandro Reis (Legado Goldshine), Leandro Schullai (O Vale dos Anjos e a Revista Fantástica), Will Fernandes (que esta no “Tratado Secreto de Magia”), Helena Gomes (A Caverna de Cristais) e vários outros.

Dos eventos internos do simpósio, compareci a apenas dois e um bônus: a mesa redonda “Multimeios: Alternativas para a literatura fantástica”



Christopher Kastensmidt, Luis Ehlers, Tiago Castro e Eduardo Spohr. Foto by @Radrak


O bate-papo “Perguntas e respostas sobre o gênero fantasia no Brasil”


@waltertierno , @DouglasMCT , @cericn e @raphaeldraccon foto by @Radrak


E a exibição de um pequeno trecho que fará parte do episódio piloto do seriado “O Turno da Noite”, inspirado na obra do autor André Vianco de mesmo nome, que ninguém gravou, e se o fez guardou somente para si, sem colocá-lo na internet (até onde eu tenho conhecimento). Pelo preview, mesmo sem edição de som, imagem ou qualquer outra espécie de refinamento, esta ficando muito bom! Os atores me convenceram, e a cena estava muito boa! A indignação do pessoal no auditório quando acabou era homogênea, garanto que se ele continuasse passando, mesmo sem ter editado, cada um ali permaneceria em silêncio, com os olhos e ouvidos atentos. Ficou o gostinho de “quero mais” e aumento a expectativa para a conclusão do piloto e a decisão de qual empresa vai cuidar da série inteira. Agora só resta esperar!

Falando de livros


Demorei um pouco mais que o planejado para aparecer aqui, mas antes um pouco tarde do que muito tarde, né? O tema do post de hoje é a Bienal do Livro!! Ela vem acontecendo desde o dia 12 de agosto, e irá terminar apenas no dia 22. Sorte daqueles que conseguem/conseguirão ir até o último dia como parte d

este evento que esta belíssimo na opinião desta escritora não-publicada e leitora assídua, mas, como eu não faço parte deste afortunado grupo, compareci apenas durante dois dias e irei aparecer em um terceiro. E é exatamente por ter tão poucos dias à minha disposição que fiz o que podia e o que não podia para tirar o maior proveito.


Dia 13.


Este dia foi corrido. Sai mais cedo do cursinho em companhia do meu bom amigo Dan M. Matsumoto para conseguirmos atravessar metade de São Paulo no transporte público (e eu tenho certeza de que todo paulista entende o drama desta aventura). Saímos da João Dias de ônibus, descemos no ponto errado... Tivemos que subir umas quatro quadras até o shop. Santa Cruz (ou mais... para quem tem alguma idéia, descemos do lad

o da Unifesp), em um calor terrível que não havia sido previsto (sim, estáv

amos com roupas relativamente agasalhadas, já que os últimos dias nesta cidade de “somente” 12 milhões de habitantes tem sido uma verdadeira geladeira). Pegamos o mêtro e descemos da Rod. Tiête, tudo isso para ainda ter que pegar um ônibus gratuito cedido pela bienal que nos levaria até o evento. Como sempre acontece nestes casos, absolutamente ninguém soube realmente nos informar onde tínhamos que pegar o maldito ônibus, e fomos para todos os cantos possíveis, parando até mesmo em um ponto de táxi suspeito que eu admito: me aterrorizou. E o medo foi perfeito, afinal, foi uma lindíssima (e ensolarada, blergh) sexta-feira 13 de agosto.

Chegamos exatamente na hora para conseguirmos fazer o que realmente queríamos: assistir a “palestra” do André Vianco (Os Sete, etc) ao lado de Martha Argel (Vampiro da Mata Atlântica e Relações de Sangue) e Giulia Moon (Kaori, etc). Quando paramos na frente do Salão de Idéias, ansiosos para pegarmos as senhas e entrarmos, fomos informados de que o lugar estava lotado. E eu admito. Um verdadeiro desespero -e ódio quase assassino- começaram a bombear o sangue pelo corpo, e acho que se eu fosse conhecida da moça que me disse aquilo ela teria ouvido muitas coisas... Mas, como meus pais me deram uma boníssima educação, eu fiquei quieta, apesar de emburrada.

Para o nosso quase alívio, ficamos sabendo que conforme houvessem desistência, mais pessoas poderiam entrar. Havia umas oito na nossa frente, e eu não acreditei que fossemos conseguir. Mas, contrário a todas as estatística e expectativas, mais de oito pessoas saíram da palestra (e não consigo pensar em nenhum bom motivo), e nós conseguimos assistir. Foi divertidíssimo ver os três nomes do vampirismo nacional debatendo o tema, e saber mais sobre eles e sua maneira de escrever foi extremamente enriquecedor. Claro que as pergunta referentes a Crap- quer dizer, Crepúsculo geraram respostas perfeitas. Se quiserem assistir a palestra, ela esta inteirinha no youtube (dividida em 9 partes, hehehe). Ai vai o link do começo: http://www.youtube.com/watch?v=DjPwNS6Xk1E e uma foto de como estava o recinto (pena que a Martha virou o rosto...)



Para aqueles que se interessarem pelos autores, os livros deles podem ser encontrados em qualquer livraria. E, sim, eles tem twitter (amo essa tecnologia): @MarthaArgel @andrevianco @giuliamoon


Depois de assistirmos a palestra demos umas voltas pela bienal e até pensamos em pegar uns autógrafos do André Vianco... Mas, infelizmente, a fila de quatro horas dele acabou sugando nosso ânimo (bem característimo, para um escritor de livros sobre vampiros). Os livros da Martha Argel e da Giulia Moon iam além do curto dinheiro que eu levei neste dia (e, como disse o Leandro Reis, essa é a história da minha vida), mas às vezes as histórias tem um final feliz.


Dia 14.


E, logo no dia seguinte, cá estou eu novamente! Boa tarde, Bienal! O meu plano era chegar até as 14h00, mas, como sou eu, as coisas não saíram como planejado. O que me irrita muitíssimo. Desta vez não fui nem com o Dan e nem com algum dos meus ilustríssimos amigos, fui com uma das pessoas mais perfeitas do mundo: minha mãe, Alejandra Guarim. Podem dizer o que quiserem (filha coruja, por exemplo), mas eu babo pela minha mãezinha (e o seu pai? Bem, por ele eu não babo, mas ai de você se falar mal dele... Só eu posso, sou a filha, ora essa...). E porque eu tinha um horário cravado para comparecer ao evento? Simples. Porque estava acontecendo o lançamento do “Senhor das Sombras” do Leandro Radrak Reis!! E eu queria comparecer ao evento desde o começo. Me atrasei por uma hora (trânsito + estacionamento complicado + caminhada...), mas consegui encontrá-lo a tempo! Comprei o livro dele (e já peguei o autógrafo, óbviamente) e também o “Annabel & Sarah” do escritor com saco de pão na cabeça, Jim Anotsu (e deste eu não tenho autógrafo... maldito seja). Segue abaixo uma foto minha e da minha mãe com cara de bobonas junto do Leandro Reis.



Ficamos um bom tempo no stand da Editora Idea conversando com todo o tipo de pessoa que passava por lá, como o Will Ricciardi e a Larissa Caruso (ambos autores presentes no “Tratado Secreto de Magia” -ou seja, vocês ainda vão ouvir falar destes dois). Após algum tempo quem apareceu foi a Martha Argel e sua

estilosa bengala para autografar exemplares do seu lançamento da vez, o “Vampiro da Mata Atlântica”. Eu admito que me interessei muitíssimo por ele, mas não foi este livro dela que comprei desta vez. Depois de um tempo conversando por lá, resolvemos bater perna e caminhamos até stand da Giz Editorial, onde havia uma grande concentração de pessoas. Uma turma da comunidade do Skoob no orkut (pois é... eu também fiquei meio confusa no início, mas até que faz sentido) estava por lá, então havia uma animação acima do comum em um final de semana

na bienal.

E foi lá, contando minhas moedinhas e notinhas quebradas (e não é

exagero quando uso estas palavras, sou a rainha do dinheiro miúdo) que adquiri mais dois livros, o “Kaori” da Giulia Moon, e o “Relações de Sangue”, da Martha Argel, que acabei priorizan

do com sua capa nova do que o lançamento dela. Não me culpem, os dois eram interessantes, mas teve algo no “Relações de Sangue” que me seduziu. Peguei os autógrafos delas e tirei uma foto:



As duas são extremamente simpáticas. Conversamos por longuíssimos minutos, e foi realmente divertido.


Saímos dali na direção de nada mais nada menos do que a praça de alimentação, afinal, nossos interiores não deviam ver comida há umas cinco horas. Claro que tudo na bienal é relativamente caro quando assunto é comida, e livros vêm antes de alimentação saudável, então nos servimos de um cachorro-quente “faça você mesmo”, que não era grande coisa, mas era barato e matou a fome até a hora de irmos embora. Em seguida me encaminhei na direção de uma das atrações do dia, além do lançamento do segundo livro do Legado Goldshine, que mais me chamou atenção para este sabádo: o lançamento do terceiro Dragões de Éter do Raphael Draccon.

O stand da Leya, onde acontecia o evento, não poderia estar mais lotado. Um grupo de atores fantasiados como personagens da história estava às costas do autor que assinava os livros com sua

calma característica, apesar da fila que só tendia a aumentar. Tinha um cara tocando um tambor (que, depois de uma meia hora ali, me deu vontade de arrebentar-lhe o crânio. Era divertido, mas depois de um tempo comecei a ficar com dor de cabeça. Imagino o estado do Raphael Draccon no final do evento... pores tímpanos), um outro tocando flauta (e este eu pude apreciar por um longo espaço de tempo, tocava muito bem), um rapaz segurando a bandeira com o símbolo que vem na capa dos livros, uma garota vestida como uma das principais personagens, Maria, e outros dois com as fantasias do príncipe herdeiro, Anísio, e do príncipe Axel. Este segundo estava fazendo um grande sucesso com as garotas (era um rapaz realmente muito bonito com uma roupa que deixava o tórax nu... Também pudera, heim, Leya?). Meu plano era comprar o livro e já pegar o autógrafo, mas a fila era tanta que minha mãe acabou me impedindo. Tirei fotos e me preparei para comprar o livro no dia 21.


Nesta foto vocês podem ver os atores e o sorriso de bobo do Raphael Draccon. Admito que me impressionei com o instante que consegui captar, acho que esse sorriso expressa um mundo de satisfação... E merecida! Demos uma passada no stand da Novo Século, para ver o André Vianco, mas uma vez mais a fila estava insuportável, e por isso acabei só tirando umas fotos e parti.



Todo esse pessoal também tem twitter. O do Leandro Reis é @Radrak, da Larissa Caruso é @larissa777 , tem o @jimanotsu e o @raphaeldraccon


Dia 21.


Este dia ainda não aconteceu, mas tem um par de eventos que eu irei, com certeza, comparecer!

Devido ao sucesso do evento do “Dragões de Éter” no dia 14, a Editora Leya decidiu repetir a dose agora no dai 21! Como estou prevenida para a magnitude do que esta por vir, esperem que eu esteja lá bem antes das 17h00 previstas para o começo do evento. Quem for aparecer por lá, me avise!

Além disto, outro evento importantíssimo, é o lançamento do primeiro romance da minha querida A.P. Ribeiro, Esmera!



Aos interessados em uma história de magia, lutas épicas, motivos gloriosos e boa escrita, esta é uma ótima sugestão! E poderão aproveitar para conseguir um autógrafo dela, além de conversar com esta simpática garota. Quem quiser saber mais, o blog dela encontra-se na minha lista de sugestões do lado direito, e o twitter dela é @annipribeiro


Acabei de excedendo um pouco neste post, mas é por um motivo nobre (super! Poxa, são livros!).


As demais fotos do evento estão aqui: http://picasaweb.google.com.br/101275523870521688752/BienalDoLivroDeSaoPaulo2010#




Não esqueçam de deixar sua opinião!





-Nínive Leikis


Muito bem, já não é novidade alguma que meus posts (quase) sempre atrasam, mas, como diz o ditado, antes tarde do que nunca! O plano inicial era postar sobre o primeiro conto que eu li do “Tratado Secreto de Magia” na sexta-feira 13, no entanto, como eu fui na @bienaldolivrosp esse dia, acabei chegando em casa esgotada e não cumpri o prometido. Tão pouco o fiz ontem, sabádo, pelo mesmo motivo... E, apesar de hoje eu estar cansada porque fiz uma prova importante hoje durante a tarde, decidi que já chega de prorrogar!

Portanto, sem mais delongas e blá blá blá vou começar a falar sobre aquilo que me fez começar este post, afinal.




“A Bruxa Vermelha” de Leandro @Radrak Reis.


O primeiro conto que eu li do “Tratado Secreto de Magia” é de autoria de um conhecido nosso, o admirável Leandro Reis, que escreveu também “Filhos de Galagah” (cuja resenha encontra-se no blog) e “O Senhor das Sombras” (que comprei nesta Bienal e logo logo publicarei uma resenha aqui). Como o nome do livro indica, esta coletânea trata sobre as diferentes formas de se ver a magia, portanto cada autor tratou de expressar este universo tão amplo e misterioso ao seu próprio modo. O autor joseense cuidou de nos apresentar mais uma pedacinho da história da minha personagem favorita do Legado Goldshine: Iallanara Nindra, também conhecida como A Bruxa Vermelha (agora tudo faz sentido!).

Para quem não leu nenhum dos dois livros já lançados da trilogia deste autor, o conto é muitissimo interessante. Para quem já leu, é de tirar o folego! No “A Bruxa Vermelha” @Radrak narra a primeira vez que Iallanara mata por vontade própria, e não forçada pelo seu mestre, Sukemarantus.

A narrativa envolvente, já minha conhecida, não me permitiu sequer parar para um copo de água até terminar de ler o conto, e fui invadida por uma tristeza viscosa quando alcancei a 6a página e vi que aquilo era o fim. Se dependesse de mim, o conto seria um livro contando tudo sobre as experiências de Nindra com magia antes do início de sua jornada ao lado de Galatea. Mas, como não é o caso, tive que me satisfazer com essa vontadezinha por mais, que será sanada (pelo menos um pouco) agora que tenho o segundo livro do Legado.

Se quiserem saber/ler mais sobre Leandro @Radrak Reis o site é www.grinmelken.com.br



Não esqueçam de comentar antes de sair. Próximo post estarei falando sobre a @bienaldolivrosp nos dias 13 e 14 de agosto.




-Nínive Leikis.


Cá estou eu, uma vez mais, aproximando-me perigosamente de uma rotina mais agradável, cômoda e prática! Hoje (pois já passou da meia noite) começa a 21a Bienal do Livro de São Paulo! No entanto, esta quinta feira é um dia fechado para os profissionais do ramo (e acho que se eu argumentar que sou uma escritora ainda sem editora não vai conseguir me colocar para dentro), portanto estamos excluídos por enquanto... (pobrezinhos de nós!). Porém, para o regojizo máximo de pessoas como eu, a partir de sexta feira a bienal estará de portas abertas para os intrusos (leitores ávidos, escritores enrustidos, apreciadores da arte, fofoqueiros interessados, ou seja: o público).

E que dia mais capicioso para começar uma feira literária, heim? Sexta-feira 13 (ohohoho! Uma data como essa merece até mesmo uma música de fundo!) Em homenagem ao dia, a Bienal preparou uma programação especial de terror, cujo tema abordado será o vampirismo -calma, pessoal, os envolvidos no debate são André Vianco, Martha Argel e Giulia Moon, nada de Meyer com seus vampiros-brilhantina-. Também haverá uma palestra com nada mais nada menos do que Zé do Caixão! Ainda mais tarde Drace Stoker, sobrinho-bisneto do único Stoker que você conhecia até agora, fala sobre o livro “Drácula - o morto vivo” que escreveu em parceria com Ion Holt. A programação completa, com detalhes dignos de caneta marca texto estão neste link, dentro do site da bienal:

www.bienaldolivrosp.com.br/Programacao-Cultural/Salao-de-Ideias/

Mas nem só de palestras se faz o dia 13! Durante esta sexta-feira estará acontecendo o Dia do Vampiro.



Para quem não conhece, esta é uma iniciativa da escritora Liz Marins (ou Liz Vamp, depende de por qual nome você a conhece). As três bandeiras erguidas e balançadas com fervor e vontade neste dia são estas:

.Incentivo à doação de sangue.

.Luta contra preconceitos e discriminações.

.Incentivo à diversidade artística.

A concentração ocorrerá nesta sexta-feira, dia 13 de agosto, no vão do MASP (Av. Paulista) às 10 horas da manhã, rumo ao hemocentro pró-sangue.

Para os que se interessaram, esta é uma proposta muito legal, é uma forma de fazer o bem e se divertir, tudo ao mesmo tempo! Mais informações no site oficial do Dia do Vampiro: www.diadosvampiros.org


Meu plano inicial era colocar já a minha crítica sobre o conto “A Bruxa Vermelha” do Leandro Reis (que devo dizer, antecipadamente, que esta de muitos parabéns!) mas o post acabou ficando um pouco longo. Portanto, ainda hoje, colocarei no ar a crítica, com algumas informações do autor, que vocês já conhecem (afinal, já fiz aqui uma crítica à respeito do primeiro livro do autor “Filhos de Galagah”), e a crítica sobre o conto.

Por enquanto, é só isso. Não esqueçam de deixar suas críticas, sugestões, desabafos...




-Nínive Leikis.


Agenda cheia em agosto!



Agosto começou, inquieto e apreciável. A rotina esta se tornando mais palpável agora, após uma semana de dormir tarde e acordar cedo demais. Cheguei ao final de semana destroçada e reduzida à um projeto quase irreconhecível de quem eu realmente sou. A parte boa desta transformação é o fato de que agora eu sou forçada pelo meu próprio organismo à retomar uma rotina, para que meus planejamentos se realizem. E isso é perfeito, porque agosto é um mês que esta prometendo!!!


Do dia 04 ao dia 08 deste mês houve a lendária FLIP (Feira Literária Internacional de Paraty) que, infelizmente, eu não pude comparecer... (Como diria Fiona Kiralp, uma amiga alemã “Hate my life!”). Pretendo pesquisar nos blogs alheios sobre como foi a FLIP deste ano, que contou com convidados mais que especiais, como a grande escritora Isabel Allende, e indicarei os posts mais interessantes aqui no blog, para que possamos ter pelo menos um gostinho desta grande festa que eu perdi.




Ontem eu fui ao lançamento do livro “Tratado Secreto de Magia”, realizado na Biblioteca Viriato Correa. Mil desculpas por não ter colocado a indicação aqui no blog, mas só fiquei sabendo do evento na véspera (culpa de quem será? heheheh, brincadeirinha, viu?) e não tive tempo de colocar nada aqui. A proposta do livro é super interessante: uma coletânea de diversos contos sobre magia de todo tipo de autores! Não sei como a organizadora Helena Gomes fez para conseguir os 49 autores que fizeram parte deste livro, mas pelo pouco que eu já folheei parece que fez um ótimo trabalho (não só ela, é claro! Afinal, 49 escritores participaram dessa realização!). Como estou afogada em afazeres e leituras, me organizei para ler uns dois contos por semana, e vou publicando aqui meus comentários sobre cada conto, falando um pouquinho do autor dele e tudo mais. Claro que isso é só uma maneira de instigá-los a comprar o livro e o lerem, pois uma resenha nunca chega aos pés da obra original!





Faltam cinco dias para começar a tão esperada Bienal do Livro de São Paulo, e vocês podem imaginar como estou ansiosa pra isso! Não sei com certeza absoluta todos os dias que eu vou, mas já confirmei três que comparecerei (e estou prevendo minha falência financeira...). Estarei perambulando pelo Pavilhão de Exposições do Anhembi nos dias 13, 14 e 21! Três eventos nos quais estarei com certeza serão, no dia 14, o lançamento na Bienal do “Círculos de Chuva”, o terceiro da série Dragões de Éter do Raphael Draccon e o lançamento (novamente, hehehe) do “Senhor das Sombras”, segundo da série Legado Goldshine do Leandro Reis; e, no dia 21, estarei comparecendo ao lançamento do livro “Esmera” a A. P. Ribeiro (como puderam ver tenho, no mínimo, três livros pra comprar... Meu bolso tá sofrendo por antecipação!). Para saber mais à respeito da bienal acesse o site: www.bienaldolivrosp.com.br



Além de tudo isso, no final do mês, haverá a Fantasticon nos dias 27, 28 e 29! Meu plano é aparecer nos dois últimos dias, mas veremos, veremos... Aos interessados neste simpósio que trata de Literatura Fantástica, o endereço, a programação e etc estão no site: www.fantasticon.com.br


E ainda estou suscetível à outros eventos que possam aparecer pelo caminho (lançamentos, encontros literários, etc), mas admito que espero que eles não apareçam! Minha agenda esta lotada, e muitas vezes o dinheiro não é suficiente.


Deixo-os por hoje, já anunciando qual vai ser o primeiro conto sobre o qual falarei: “A Bruxa Vermelha” do Leandro Reis. E tem um desejo de Feliz Dia dos Pais no www.niniveleikis.tumblr.com



Não se esqueçam de deixar seus comentários, críticas, sugestões, pedidos, etc




-Nínive Leikis.

Momento fanfic.


Para retomar um funcionamento normal no blog, eu resolvi postar uma coisinha sem importância que escrevi recentemente. É, na realidade, uma fanfic de Harry Potter, completamente fora de contexto. Fiz este personagem para um fórum, e até que o achei interessante (penso em aproveitá-lo para alguma história realmente minha). Espero que gostem da história dele.

Prólogo de George Harrison Karev


Quando Victor Karev conheceu-a, ele não fazia idéia de quais seriam as conseqüências daquele encontro em sua vida. Os cabelos ruivos que formavam cachos discretos foram irresistíveis, e os olhos azuis, semi-fechados, olhando-o de baixo com um sorriso encantador, hipnotizaram-no de pronto. Katherine Harrison tinha o sotaque escocês carregado, e orgulhava-se como uma menininha de seu pedaço da ilha da Grã-bretanha. Era uma “Curandeira” e havia sido transferida para Bulgária há pouquissímo tempo. Jovem, doce, sonhadora, com aquele jeito de falar meigo, mas que nem por isso se mostrava fraco. Foi irresistível, até mesmo para um Karev.

Depois de seis meses de namoro informal, eles se casaram, sem realmente conhecerem um ao outro. A lua de mel foi mais curta do que ele queria, mas ela se justificou sem medo algum “É o meu trabalho. Não importa o que diga, é aquilo que eu escolhi para a minha vida. Não vou largá-lo, Vic. Sabia disso desde o começo, não se faça de desentendido.”.

De fato, ele sabia, mas pensou que, como tantas outras senhoras Karev antes dela, abriria mão de seus desejos pessoais pela família.

Depois de um ano juntos, Katherine sentiu algo se formar dentro dela. Uma vida surgiu e se desenvolveu, e, após quase nove meses, a Sra. Katherine Harrison Karev trouxe ao mundo um pedacinho de gente, com dedos fráfeis e olhos fechados. Victor se apaixonou pela criança sem sequer pestanejar, as mãozinhas, que se tornaram rechonchudas depois que ele teve acesso ao leite materno, eram alvo de sua adoração. Diariamente o pai se sentava ao lado de sua esposa, vendo-a amamentá-lo, e fazia verdadeiros monólogos a respeito de suas ambições para o futuro do bebê. “Ele será um grande jogador de Quidditch, você vai ver! Sei que será, tem o físico de um apanhador! Leve e veloz, atento como eu era”. Katherine sorria, aquele riso materno que não precisaria de muito para se tornar uma gostosa e relaxante risada.

Quando George foi batizada, um ano e meio depois de seu nascimento, Victor exigiu que este evento se tornasse uma festa. Chamou seus irmãos, seus pais, primos, sobrinhos, tios, e algumas outras pessoas mais. Todos de alto nível social, todos puro-sangue, todos dignos de acordo com ele. Quando ele perguntou quem Katherine gostaria de chamar, ela sorriu timidamente “Apenas os meus pais”. A expressão de Victor foi de uma leve tristeza. Ele se aproximou da mulher, ajoelhando ao seu lado e segurando sua mão com carinho. “Sinto muito que não se dê muito bem com a sua família, Kate”. As sobrancelhas dela se ergueram, surpresa, mas logo a expressão se desmanchou em regojizo. “Oh, não, Vic, não se preocupe! Eu me dou muito bem com a minha família, longe de termos um relacionamento complicado. É que apenas os meus pais sabem, entende? Não poderia chamar os outros com toda a sua família aqui”. Desta vez, foi ele que mostrou um expressão de dúvida. “Apenas seus pais sabem de que...?”

“Ora essa” ela puxou a mão que ele segurava, para ajeitar George em seu colo “Apenas eles sabem que eu sou uma bruxa, Vic”.

Foi necessária meio minuto para que Victor Karev deixasse aquela informação se espalhar por seu cérebro e adquirir o nível de completo entendimento. O homem ergueu-se vagarosamente, observando a mulher que amamentava a criança. Sua mulher. Seu filho. Os passos foram duros enquanto ele se retirava no recinto sem deixar de observá-los até que atingisse o exterior do quarto. No corredor, ele virou as costas e quase correu para o escritório, fechando a porta com força e trancado-a imediatamente.

Uma onda de calor e gelo subia por suas entranhas, o coração palpitando assustado e as mãos trêmulas. Aquilo não podia ser verdade. De maneira alguma, afinal, ele era um Karev. Um Karev! Um representante de uma das mais antigas e tradicionais famílias de bruxos da Europa!

Com as mãos na cabeça, puxando os cabelos ou pressionando seu crânio, ele deu voltas. Voltas em torno de si, em torno da mesa, em torno de todo o aposento. Derrubou o que havia sobre sua mesa, incluindo uma foto na qual ele estava com George no colo, sentado na poltrona da sala, Katherine estava em pé ao seu lado com uma expressão de orgulho indisfarçável. Os livros que estavam na estante foram levados a baixo, e tudo que fosse quebrável estilhaçou no chão de madeira nobre.

“Victor” chamou a voz de Katherine, do outro lado da porta. “Vic, querido, o que foi?”. Ele encarou a estrutura de madeira que separava ele daquelas...coisas. A maçaneta girou e ela tentou abrir a porta, mas falhou, afinal esta estava trancada. “Vic, porque esta trancada? Esta passando mal? Quer que eu traga alguma coisa?”. Os olhos castanhos varreram o escritório, registrando tudo que estava caído, tudo que estava quebrado. Salvo a cadeira, a mesa e a própria estante, todo resto havia vindo abaixo. E aquilo o deixou extremamente irado.

Havia destruído suas coisas graças ao ódio, mas não eram aquelas coisas que deviam ser quebradas. E sim as que estavam atrás da porta, falando como se fossem pessoas de verdade. Eram animais, e pertenciam a ele, e haviam sido desobedientes. Mentirosos e sujos, enganando-o. E eles deveriam ser castigados.

A varinha não estava com ele, mas havia uma forma de começar o castigo, antes de ir até o seu quarto e pegá-la. Com passos ponderados, assustadoramente calmos, ele foi até a porta. Girou a chave duas vezes e a maçaneta, abrindo a porta e fazendo-a empurrar os destroços de alguns objetos estilhaçados contra ela. Katherine estava em pé há dois passos dele, os cabelos ruivos presos em uma trança que descia pelo ombro esquerdo. Sua pele branca tinha sombras criadas pela luminosidade do corredor, mas os lábios estavam naturalmente rosados, como sempre foram. Em seus braços finos estava George, a cabeça recostada em seu peito direito, as mãozinhas agarradas à roupa da mãe. Os olhos azuis e cristalinos estavam preocupados, as sobrancelhas arqueadas em angústia.

“Você estava bem? O que aconteceu? Oh, por Merlin, Victor! O que houve com o seu escritório?”. Ele não se importou em responder essas perguntas. Com a mão fechada, desferiu um soco sem piedade no rosto da mulher, cortando suas perguntas. O choque foi forte, como se supõe, e ela ficou praticamente em choque. Recuou um passo, os olhos arregalados e os braços agarrando com força George, que se assustou e começou a chorar. “Faça esse animal calar a boca” ele exigiu, recebendo como resposta o olhar incrédula da ex-senhorita Harrison. “Faça esse animal parar de chorar!” berrou. “O que...” ela começou, mas um tapa vindo dele cortou sua frase. O choro de George aumentou. “Eu mandei fazê-lo se calar!!!”.

Katherine começou a recuar, assustada, o filho grudado junto ao peito. Aquilo o irritou ainda mais. Como aquela vaca se atrevia a não obedecê-lo? Ela e aquele animal que carregava nas patas! Adiantou-se até a mulher, segurando seus pulsos com força, tentando arrancar a criança das mãos dela. Katherine berrou, exigindo que ele a largasse, mas sendo completamente ignorada. Embriagada pelo pânico, ela o mordeu com toda a força que tinha, arrancando sangue de uma das mãos do marido, que a soltou imediatamente, devido a dor. Com os pés calçados em sapatos de tecido para ficar em casa, ela correu para o quarto de George e se trancou lá dentro com ele. Trêmula e assustada, colocou-o no berço, tentando fazê-lo parar de chorar. Estava apavorada, e por isso incapaz de continuar carregado-o.

Não demorou para que Karev pegasse a varinha no quarto do casal e destrancasse a porta com um feitiço, marchando para dentro do quarto com papel de parede azul no qual fadas se moviam por todos os lados. Não fadas mordentes, mas aquelas belas e encantadoras, como as de Peter Pan. Ela virou as costas para o berço, enchendo o peito de ar em uma tentativa de se manter calma diante daquele homem, que não era mais seu marido.

“Não deveria me olhar nos olhos” ele disse, com nojo, apontando a varinha para ela “Deveria estar no chão, como uma cadela.”.

“Meça suas palavras, Victor Karev” por mais que tentasse se mostrar segura, sua voz estava vacilante, e lágrimas começavam a surgir no fundo dos seus olhos.

“Não fale comigo! Animais não falam com seus donos!” antes que ela pudesse argumentar, uma palavra foi cuspida em sua cara e tudo que ela conseguiu fazer foi berrar.

CRUCIATUS!!!” ele disse, cortando a noite e o coração de Katherine. Ela caiu no chão, a dor esmagando seus ossos e órgãos, os gritos se elevando no ar e subindo o máximo que podiam, sem espaço para respirar ou pensar.


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George abriu os olhos, o peito magro subindo e descendo em arfadas curtas demais. O suor escorria por trás dos cabelos castanhos, e ele sentiu a mão gelada. Em seus ouvidos ainda ecoava o berro de sua mãe, se tornando cada vez mais distante. Com dificuldade, ele controlou sua respiração, acalmando os murros que o coração dava no peito, e silenciando aquele eco angustiante que o despertou. O relógio de ponteiros que estava ao lado de sua cama mostrava 5h30 a.m., e isso fez com que ele torcesse a boca, bufando descontente. Fazia catorze anos desde aquela noite, no entanto aquilo ainda o atormentava muitas e muitas vezes. A psicóloga que sua mãe começou a pagar para George quanto este tinha nove anos disse que é realmente estranho ele conseguir se lembrar de alguma coisa, mas que não é tão raro que situações traumáticas como aquela fiquem marcadas no inconsciente das pessoas, mostrando-se em sonhos.

Todos os outros alunos com os quais dividia o quarto estavam dormindo, mas seu sono havia ido embora. Quando fechava os olhos o grito que ele queria silenciar voltava a ecoar, portanto ele desistiu da idéia de descansar um pouco mais. Ajeitou o travesseiro para ter onde apoiar as costas, pegou uma caixa que estava escondida embaixo de sua cama, e se sentou com ela diante de si. Era uma caixa pintada de vinho a mão, com alguns adesivos de diversos países colados por toda parte. Dentro dela havia todo tipo de coisas. Envelopes abertos com cartas já lidas, albuns de fotografia e algumas soltas, cadernos lotados até a última linha, e outros ainda em branco, papéis de carta prontos para serem usados, uma gaita, um livro muito velho infantil. Naquela caixa estavam suas lembranças, seus segredos. Todas as cartas eram respostas das que havia enviado para sua mãe no últimos cinco anos de escola. Os cadernos estavam cheios de experiências passadas, como diários. Ele havia detestado a idéia de ter que escrevê-los, mas sua psicóloga o orientou a persistir com a idéia, era uma maneira, de acordo com a sra. Charlotte, de registrar seus traumas para poder superá-los. Com as mãos calejadas de praticar o baixo, ele vasculhou os cadernos em busca do que havia começado mais recentemente. Uma pilha de sete se formou ao seu lado antes que ele encontrasse o que queria. Uma caneta de quatro cores, enviada por sua avó materna que achava as penas anti-práticas, estava presa à capa do caderno e era com ele que a letra de George Harrison ganhava forma nas folhas de linhas pretas.

“Mais uma vez, ela me acordou. O grito foi alto, como é sempre, e meus pelos estão arrepiados até agora - apesar de que talvez, neste caso, seja esse frio desgraçado que insiste em fazer nesse fim de mundo. Queria conseguir eliminar essa lembrança da cabeça, a Charlotte é uma maldita quando diz que eu tenho que aprender a lidar com essa lembrança. Honestamente, um feitiço e já era, consigo muitas noites de sono de qualidade! Nem estou pedindo que ela apague todas as lembranças ruins - como auqela vez que ele quebrou o meu braço, ou quando me fez cair escada abaixo, ou quando a mãe se jogou da janela para me pegar no ar quando eu tinha cinco anos - só queria que ESTA fosse apagada! Qual o problema nisso?”. Ele escreveu com a tinta vermelha, pois a preta e a azul haviam acabado, e a última que ele usava, sempre, era a verde. No canto do papel, ele fez um rabisco “P.S.: pedir uma caneta nova”.

Inspirou até suas costelas doerem, e em seguida deixou o ar escapar todo de uma vez. O caderno era relativamente novo, e as folhas ainda não estavam grossas e escurecidas dos lados, diferente dos outros sete que o encaravam saudosos. Ainda faltava um tempo até o momento em que eles realmente deveriam despertar para se trocar e ir tomar o café da manhã. Como fazia diversas vezes, ele pegou um dos cadernos e o abriu em uma página qualquer. Pegou o primeiro caderno que escreveu, passando os olhos pelas palavras que havia escrito quando tinha apenas nove invernos.

“A Charlotte me mandou escrever minhas lembranças. Eu achei isso muito zuado, é coisa de menina esse papo de diário. Sem contar que não tá acontecendo nada na minha vida agora, então sobre o que eu vou falar? Sei lá, sabe, não sei se quero escrever alguma coisa. Paresse tão esquisito” George balançou a cabeça quando leu o erro que havia cometido, incapaz de se conter ele rabiscou em cima “Parece, seu animal! É com ‘c’!”. “O Victor não vai aparecer mais, não depois do que aconteceu há dois meses. Tipo, eles sempre souberam que eu era bruxo -a mãe e o pai são, não tinha dúvidas- e eu ja tinha feito umas magias -tipo explodir o milho em pipoca sem fogo, o que é muito legal! Ou tocar o piano sem as mãos...- mas nunca tinha usado contra ninguém -tá, vai, mentira, eu já tinha usado pra calar a boca da professora-, só que dessa vez foi nele! Foi de noite, quando a mãe chegou do trabalho. Ele já tinha chegado há algumas horas, e eu tava meio que escondido debaixo da escada. Ele ficou muito p da vida com ela, mais do que o normal. Achou um absurdo ela voltar tão tarde, e começou a xingá-la. E a bater nela, e a mãe tentava se defender, mas, tipo, ele é homem e é bem mais forte. E eu fiquei MUITO irritado com ele. Foi meio sem querer, sabe, mas eu revoltei a casa contra ele. É! A casa! Tipo Carrie, A Estranha! O tapete e as cortinas prenderam ele, a mesa bateu nele, a lareira se acendeu só pra queimar ele. Foi muito da hora! Mas a mãe me fez parar, e ele ficou muito assustado. Bem feito, praquele fdp, pra parar de mexer com a minha mãe! Foi depois disso que eles se divorciaram e eu me mudei. Tô na Escócia agora, que é muito legal! Chove o tempo todo, e é frio, mas é melhor que a Bulgária. A mãe ta mais feliz e eu consigo durmir de noite. Ta, às vezes eu tenho uns pesadelos, mas a mãe me abraça e canta alguma música, ou me conta uma história, preu voltar a dormir.”

George fechou encarou a página, com um sorriso de certo orgulho. Claro, ele escrevia extremamente mal, com erros de gramática que agora o deixavam completamente assustado, mas a questão não era como estava escrito, e sim o que. A lembrança dele conseguindo praticamente expulsar Karev de casa era uma das quais ele mais se orgulhava, pois, no dia em que ele a Katherine conseguiram se livrar daquele monstro, que havia ameaçado-a tantas vezes caso ela tentasse escapar, ela mostrou um sorriso tão verdadeiro e vibrante, que George se sentiu igualmente feliz.

Mudando de caderno, ele encontrou uma lembrança escrita em vermelho, sozinha no meio de tudo aquilo. Houve uma época que lembranças em vermelho eram lembranças raivosas.

“Filhosdamãecanalhasdemerdaseusmalditos! Eu NÃO quero ir pra DURMSTRANG! Não me importa se Hogwarts não me enviou uma carta, não me importa que eu seja búlgaro! EU NÃO QUERO! Todo mundo sabe que se você der bons motivos, Hogwarts te aceita. Eu tenho um PUTA bom motivo pra não ir pra aquela porcaria!! Eu não quero cursar a mesma droga de escola que aquele canalha!”.

Aquela foi a primeira, e talvez única, briga que George e Katherine tiveram. Ele tinha onze anos e deveria ir para a Escola de Magia e Bruxaria Búlgara Durmstrang, que era exatamente o oposto do que ele queria. Graças as atitudes de Victor Karev, George, que respondia apenas como Harrison, havia criado uma ojeriza a tudo que vinha da Bulgária, especialmente qualquer coisa que fosse mais fortemente vinculada ao pai. Óbviamente, a escola era um dos principais alvos dessa repugnância. No final, não houve jeito, ele foi enviado para Durmstrang contra sua vontade, e agora não era exatamente um dos garotos populares do colégio. Sempre que possível, George voltava para casa, e não tinha lá muitos amigos. Ao contrário. A maior parte das pessoas que o conheciam o detestavam As garotas o olhavam com superioridade, e os garotos muitas vezes terminavam em brigas sérias com ele, o que levava-os a detenção, claro que a de George era sempre mais longa e pesada, já que ele era a causa de todos os conflitos. Ele e seu pavio curto.

Quando ele ouviu um dos seus vizinhos de cama começar a acordar, ele agarrou os cadernos e os jogou para dentro da caixa, fechando-a e colocando-a de volta embaixo da cama. Colocou os uniformes da escola, um pouco destituídos de sua aparência original, a gravata solta e a camisa para fora, e saiu do quarto, deixando os outros rapazes um pouco mais satisfeitos. Ele se sentava sozinho em um canto da mesa, sem se preocupar com o espaço que as pessoas deixavam vazio entre elas e ele, era melhor, popuava-lhe os nervos. Quando a coruja chegou com uma carta escrita em pergaminho, George sentiu que estava algo errado. A letra era a da sua mãe, caso ela estivesse com tanto frio que tremesse, mas fora escrita à pena, e isso não era costume da Srta. Harrison. A boca dele secou, os lábios se grudaram e a mandíbula tremeu. Ele PRECISAVA ir para casa.

Era a primeira vez que pediria algo para o diretor -não que tivesse muitos créditos com ele- e teria se ajoelhado e beijado seus pés jurando coisas que jamais cumpriria para que ele pudesse voltar para casa. Explicou que a mãe estava doente e que ele se comportaria por muitas e muitas semanas, que faria as tarefas dos dias que precisasse faltar, mas que ele realmente tinha a necessidade de voltar. A perspectiva de tê-lo ausente por um tempo, e a promessa de paz durante alumas várias semanas após seu retorno fizeram com que o diretor o liberasse por uma semana.

Mas George se ausentou por sete.

Quando chegou em casa, Victor estava lá e Katherine estava praticamente morimbunda. Machucada e vítima de diversas maldições, a visão despertou em George um desejo de vingança descontrolável e inútil. Atacou o adulto, ou melhor, tentou, e foi facilmente rechaçado. E amaldiçoado, como Katherine antes dele. O que os impediu de virem a falecer naquele dia é um mistério, ou um milagre. Mesmo submetendo-os a uma dor imensa, capaz de levá-los a loucura, Victor não os matou. Abandonou-os em casa, sangrando e desfalecidos, mas não os matou. Katherine foi a primeira a acordar, e contatou o hospital bruxo em que trabalhava, um parceiro escocês do St. Mungus. George ficou inconsciente por três semanas, mas precisou de outras quatro para terminar de se recuperar, física e psicologicamente. Naquele ano George destruiu sua Firebolt De Luxe e falhou em todas as provas, repetindo de ano. Ele já tinha o costume de furmar um cigarro ou outro desde os doze, mas foi naquele ano que se tornou um viciado, destruindo todos os dias pelo menos um maço de Lucky Strike Black, que conseguia comprar em caixas. No ano seguinte, quando teve que cursar o quinto ano uma vez mais, ele conseguiu muito mais detenções que o normal. Também melhorou muito a qualidade de sua música. Começara com o piano quando ainda era bem novo, mas agora tocava também a gaita, o violino, a guitarra, a flauta transversal e, melhor do que todos estes, o baixo. Estava mais recluso e mais explosivo, e não fazia questão de mudar isso.

Até hoje desperta algumas vezes com os gritos de sua mãe naquela noite crua de sua infância. Mas a maior parte das noites o que o faz acordar são os olhos dele, emoldurados pelos gritos dos Harrison.




Sei que é um post meio perdido, mas conforme recupero o ritmo, também o fazem os posts, espero que me perdoem por isso. Mostrem sua presença comentários por favor.

-Nínive Leikis.



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